Decretada a liquidação extrajudicial de uma instituição financeira, a Comissão de Inquérito designada para verificar as causas da sua quebra e a atribuição de responsabilidade aos seus administradores encontrou-se diante de dificuldades diversas, perante as quais deveria tomar uma das seguintes opçôes:

na impossibilidade prática de apuração do prejuízo efetivo, pela falta de elementos contábeis essenciais, a Comissão deveria deixar a matéria a cargo do Ministério Público na futura ação de responsabilidade

tendo verificado que muitos administradores haviam encaminhado cartas de demissão ao Presidente da Diretoria, deveriam ser excluídos da responsabilidade aqueles cujos pedidos tivessem sido feitos por escrito e protocolados no prazo de 60 (sessenta) dias anteriores à decretação da medida, considerando esse o termo legal da liquidação

a Comissão de Inquérito poderia fazer uma estimativa de prejuízos - não necessariamente baseada em dados fornecidos pelo próprio liquidante - e atribuir responsabilidade objetiva a todos os administradores, apenas excluindo aqueles que tivessem regularizado a sua renúncia junto ao órgão do Registro do Comércio

a Comissão de Inquérito poderia fazer uma estimativa de prejuízos - necessariamente elaborada a partir de dados do relatório do liquidante - e atribuir responsabilidade objetiva a todos os administradores, dela excluindo os que tivessem comprovadamente renunciado em data anterior à da liquidação, considerando que o ônus do registro e publicidade desse ato caberia exclusivamente à própria instituição financeira