Sabe-se que, por determinadas características apresentadas, há textos literários e textos não-literários.

Em tia Gabriela sogra grasnadeira grasnou graves grosas de infâmia" Oswald de Andrade não só diz o que dizia tia Gabriela, mas, através da aliteração do grupo gr, procura reproduzir o caráter enfadonho, repetitivo e desagradável da fala da personagem, fato que permite classificar o seu texto como não-literário.

Enquanto a linguagem em função utilitária pretende ter um único significado, sendo a mais adequada para o texto literário, a linguagem estética é plurissignificativa, ajustando-se mais ao texto de caráter não-literário.

O texto não-literário, pela sua função informativa e utilitária, caracteriza-se por ser autocentrado, intangível, conotativo e plurissignificativo.

No texto literário, particularmente o concebido em forma poética, o plano da expressão articula-se com o plano de conteúdo, por isso, fruir um texto literário é perceber a recriação do conteúdo na expressão e não apenas compreender o conteúdo. Importa não só o que se diz, mas o modo como se diz.