42. “Durante três séculos e meio, o eixo econômico da Amazônia se desenvolve em torno do rio (...). Durante três séculos e meio, com a mentalidade dominante voltada quase exclusivamente para o extrativismo vegetal, dependendo tradicionalmente da coleta da borracha, da castanha, das madeiras, das peles de animais silvestres, a região se manteve à margem da evolução econômica brasileira”.(SUDAM. A Amazônia e seus problemas. Economia. Belém-Pará: Sudam/Divisão de Documentação, 1972. p. 16.)
Com a ideia de alterar o eixo econômico na Amazônia, órgãos como a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) incentivaram novas políticas de desenvolvimento para a região. Estas mudanças se iniciaram na Era JK, mas tiveram impulso com os governos militares nos anos de 1960 e 1970. Sobre esse novo eixo, é correto afirmar que o novo desenvolvimento proposto teve seu custo, pois se sustentava na

política cujo lema era “integrar para não entregar”, na qual se difundia a ideia patriótica de uma Amazônia brasileira com rodovias, hidrovias e desenvolvimento sustentável e ecológico a partir do estímulo à pequena propriedade ribeirinha.

construção de grandes obras de infraestrutura (rodovias e hidrelétricas especialmente) e no fomento fiscal para a instalação de grandes projetos agromineradores e de industrialização, que deixaram na região tanto marcas de crescimento demográfico, quanto problemas ecológicos e sociais.

criação de obras grandiosas como usinas hidroelétricas e grandes rodovias, trazendo trabalhadores do nordeste para trabalharem na região. Este processo, contudo só foi bem feito para os paraenses, deixando de satisfazer os imigrantes, especialmente os nordestinos, e causando sérios problemas étnicos.

criação de uma indústria de base (especialmente a metalúrgica) e um agronegócio forte, o que promoveu a vinda maciça de imigrantes nordestinos para a região. Este processo, contudo, ampliou desigualdades sociais, causando movimentos sociais como os dos “sem terra” e dos “sem teto”.