Questão: 69113 - História - Banca: - Prova: - Data: 01/01/2023

Leila Leite Hernandez, traçando as principais fontes de estudo da história do povo africano (a escrita, a arqueologia e a tradição), afirma que: Devem ainda ser tomadas em conta pequenas observaçôes concernentes ao corpo auxiliar de conhecimentos fornecidos pela antropologia contemporânea, como área de conhecimento com história própria. A formação de seu campo de saber revela um interesse pela diversidade de tipos físicos, línguas, e sociedades, respondendo a objetivos práticos de acordo com diretrizes político-ideológicas dos colonialismos de fins do século XIX (...) Por seu turno, certa antropologia considerava a mudança social das chamadas “sociedades tribais”, restringindo-se à descrição de intervençôes pontuais na economia ou na realidade cultural e à enumeração de problemas daí decorrentes.
(A Ãfrica na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, 2005, p. 31-32) Para a autora, o resultado desses estudos, na sua maioria, foi determinante para que se

  • a
    acentuasse a questão do dinamismo histórico do continente africano, ao questionar a idéia de um ponto fixo no real considerado idêntico a um fato empírico – a escravidão atlântica e o colonialismo do século XV –, a partir do qual a Ãfrica e os africanos entraram como objeto da história da civilização ocidental.
  • b
    consolidasse a imagem da Ãfrica como um continente pulverizado em inúmeras “tribos” e grupos etnoculturais e se reforçasse o colonialismo e o racismo, reiterando o mito da missão civilizadora dos países europeus em relação às regiôes do globo caracterizadas pela “barbárie” e “selvageria” de povos identificados como “primitivos”.
  • c
    reformulasse tanto a visão eurocêntrica dos compêndios que apresentavam a idéia de uma história da civilização ocidental, quanto o equívoco no tratamento do referencial que diz respeito ao continente africano e às suas gentes, em que estas se apresentavam ligadas à construção de um conhecimento cuja gênese remonta ao século XVI.
  • d
    fizesse uma ruptura definitiva com o eurocentrismo até então hegemônico, o qual, fazendo-se passar por universalismo, obscurecia os estudos sobre as autênticas diferenças locais, próprias do continente negro e que descartavam a existência de uma Ãfrica subsaariana definida como um todo homogêneo.
  • e
    construísse uma pesquisa da história dos povos africanos preocupada em identificar mitos fundadores, datas próprias e processos de transformação das sociedades do continente, baseada na capacidade constante dessas sociedades de criarem-se e recriarem-se internamente.
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